Espaço do Povo 22: A professora Carla Thomas é a nova gestora do CEU Paraisópolis, conheça sua trajetória e principais iniciativas

img_7402
No dia que marcou o início de um novo modelo de relacionamento do CEU com a comunidade, estiveram presentes moradores, autoridades representando o poder público municipal, dirigentes de organizações sociais locais, grupos teatrais, grupos musicais, pintores, escultores, líderes comunitários entre outros. Seja bem vinda Carla Thomas. Ao lado algumas fotos da posse da nova Gestora do CEU Paraisópolis.

Espaço do Povo: Professora Carla Thomas como você chegou até a comunidade de Paraisópolis?

Carla Thomas: Eu cheguei em 1993, porque perdi aulas do Oswaldo Aranha. Então eu fui para a Atribuição na Diretoria de Ensino, lá encontrei o Prof. Elon que estava fazendo atribuição de língua portuguesa e ele me disse que a escola era boa.

E essa escola era?

A Escola Etelvina.

A posse contou com uma apresentação da Orquestra Filarmônica de Paraisópolis
A posse contou com uma apresentação da Orquestra Filarmônica de Paraisópolis
O Judô Paraisópolis fez uma demonstração com alguns alunos
O Judô Paraisópolis fez uma demonstração com alguns alunos

Nos conte um pouco da sua experiência desde que você chegou aqui, no Etelvina.

A minha experiência aqui em Paraisópolis é bem interessante. Quando cheguei aqui na escola Etelvina, eu vim de uma escola de ensino médio para uma escola de educação fundamental. Que era bem diferente. As crianças aqui na escola Etelvina eram pequenas, e estudavam à noite, o que me causava bastante estranheza. Eram crianças de 10, 11 e 12 anos, que de cansaço dormiam durante a aula. Elas não suportavam a noite toda. Todas as aulas elas dormiam, não tinha material didático algum na escola, as crianças não sabiam usar os livros, não tinham contato com o livro didático ou um dicionário. Mas com o tempo as crianças foram mudando. Quando eu cheguei só tinha o Etelvina, Homero e Paulo Freire, eram só três escolas. Não existiam escolas de ensino médio. Depois que terminavam a 8ª série, eles iam para o Neyde Solito. No começo as coisas não eram fáceis, mas a parceria [com a Associação Crescer Sempre/Porto Seguro Seguradora] que já estava na escola Etelvina, fazia reuniões, capacitações e a coisa foi tomando rumo e percebi que precisava ajudar um pouco mais, que precisava mudar.

Ballet Paraisópolis se apresentou fazendo uma homenagem ao Dia das Mães
Ballet Paraisópolis se apresentou fazendo uma homenagem ao Dia das Mães

E depois desse início, como foram os seguintes?

A parceria nos deu livros, uma série de recursos e as coisas foram mudando. Em 97 passei a ser coordenadora e daí eu pude desenvolver uma série de projetos, inclusive dos grêmios estudantis, que era uma coisa que eu queria muito realizar. E o grêmio estudantil só aconteceu em 2001, mas foi muito trabalhado em 98, 99 e 2000. O trabalho era fazer com que o aluno percebesse essa necessidade, que não parte de um grupo de professores, parte dos alunos.

A Banda Calango Urbano, composta por jovens moradores da comunidade de Paraisópolis, se apresentou abrilhantando a posse
A Banda Calango Urbano, composta por jovens moradores da comunidade de Paraisópolis, se apresentou abrilhantando a posse

Como você vê o CEU, a sua função?

Gilson Rodrigues - Presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis e Vereador Reis - Presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal
Gilson Rodrigues – Presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis e Vereador Reis – Presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal

Eu vejo o CEU como o lugar ideal para o exercício da educação, da cidadania, acesso a lazer e cultura, não apenas para as crianças, mas para toda comunidade. Um espaço público que busca integrar vários espaços. O trabalho aqui é desafiador, um trabalhado gratificante. E toda comunidade deveria ter não um, nem dois, mas diversos espaços com estruturas tal qual o CEU.

Marta de Betania da Assessoria Especial Sala CEU prestigiou a posse da nova gestora
Marta de Betania da Assessoria Especial Sala CEU prestigiou a posse da nova gestora

Qual é a função do CEU pensando em Paraisópolis, na nossa realidade?

CEU é o local de lazer da comunidade, é o local de reunião da comunidade, é o local de cultura da comunidade, de esporte, de educação. O CEU deve servir para acolher a comunidade, em todos os seus anseios, na educação, no esporte, no lazer.

E no CEU tem atividades esportivas disponíveis para a comunidade?

Tem sim, até aula de Pilates. Tem diversos horários. Eu vejo as moças fazendo atividades físicas mesmo para modelar o corpo como uma academia, aeróbica. Tem também as quadras que todas segundas-feiras a gente marca. Temos aulas do Judô paraisópolis, projeto Ampliar. Temos ginástica geral, alongamento, yoga, ginástica artística, handebol, futsal feminino. Caminhada dirigida, que ainda há vagas abertas.

O que você acha que ainda precisa no CEU para tentar atrair mais pessoas?

Gostaria de trazer mais atividades para o teatro. Vamos buscar fazer oficina de criação de textos dentro da biblioteca, uma pessoa especializada nisso, que seria um professor mesmo um escritor, alguém que chamasse, um clube do livro. Alguma coisa que trouxesse mais cultura. Os saraus, enfim. O que eu gostaria mesmo é de movimentar mais o CEU, ter mais participação.

Digiqole Ad
+ posts

Comunicador social
Fundador @espacodopovo
CEO @criabrasilcomunicacao
Co-fundador @g10favelas

Relacionados

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *