Projeto social oferece aulas gratuitas de Libras (Língua Brasileira de Sinais) nas periferias de São Paulo

 Projeto social oferece aulas gratuitas de Libras (Língua Brasileira de Sinais) nas periferias de São Paulo

Crédito: Arquivo pessoal

O “Libras na Quebrada” atende de forma itinerante bairros periféricos da capital paulista 

Gyany Vilanova (30), não poderia imaginar que trabalhando em um comércio poderia conhecer uma realidade que mudaria a sua vida, e ainda serviria de inspiração para criação de um projeto que promove a inclusão nas periferias de São Paulo.

A fundadora do projeto “Libras na Quebrada” é formada em Secretariado Executivo e pós-graduando em Tradução, Interpretação e Docência em Libras. Seu primeiro contato com um deficiente auditivo foi em 2009, enquanto trabalhava como vendedora em uma loja, localizada na Galeria do Rock, no centro de São Paulo. Foi a partir desse contato que surgiu a curiosidade de saber como era viver no mundo dos surdos.

“Para mim era tudo novo, não havia nenhum surdo na minha família e a minha curiosidade só aumentava em conhecer esse mundo novo, foi aí que decidi estudar e me matriculei no curso de Libras  (Língua Brasileira de Sinais) no Senac em 2017”, conta Gyany.

No mesmo ano que havia se matriculado, conseguiu concluir o curso e dali não parou mais. Em 2018, iniciou curso de Libras na Derdic, uma instituição sem fins lucrativos, mantida pela Fundação São Paulo e vinculada academicamente à PUC-SP. No ano seguinte estudou no Instituto Seli, sendo este mesmo período em que começou a dar aulas voluntárias.

No final de 2019, teve a ideia de criar o projeto “Libras na Quebrada”, que tem o objetivo de ensinar a Linguagem Brasileira dos Sinais nas periferias da capital paulista de forma gratuita. Em 2020, ela formou a primeira oficina de libras do projeto no Casarão (Casa de Cultura da Vila Guilherme).

“O projeto é maravilhoso, ensina Libras de um modo prático e em contextos do dia a dia. A Gy e os voluntários do projeto tem uma didática ótima e me incentivaram a continuar nesta área. Pretendo fazer Letras-Libras no próximo ano e se não fosse pelo projeto eu não teria conseguido a fluidez na língua”, afirmou Maiara  Damasco (21), ex-aluna do projeto e estudante de pedagogia.

Nas andanças pelas periferias de São Paulo, Gyany conhece muitas pessoas, e algumas delas ficam marcadas em sua memória. É o caso de uma aluna de 70 anos, como nos contou: “Foi uma experiência incrível poder ver aquela senhora aprender a língua de sinais. Ela estava perdendo a audição e isso estava afetando seu relacionamento com as pessoas da sua casa. Sofria muito com a incompreensão por parte do marido que não entendia sua deficiência auditiva. As aulas trouxeram esperança para ela”, afirmou Gyany

Segundo o Instituto Locomotiva, existem no Brasil 10,7 milhões de pessoas surdas em diversos graus, sendo que 2,3 milhões não possuem nenhum nível de auditivo. As aulas do “Libras na Quebrada” não param e a equipe, composta por cinco pessoas entre professores surdo e ouvintes, conseguem chegar em muitos lugares das periferias, promovendo inclusão e oportunidades. Para saber mais, acesse @librasnaquebrada ou entre em contato pelo WhatsApp: (11) 91597-0944 

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Repórter do jornal Espaço do Povo há 1 ano e apresentadora do programa Saúde Mulher Moderna e Bem Informada no Facebook.

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