O desafio ecológico global

 O desafio ecológico global

Crédito: Reprodução/ Amazônia Real

Por Gideão Idelfonso

Os europeus quando aqui chegaram, visualizaram uma natureza esplêndida com recursos que nenhum outro lugar no mundo poderia oferecer com tanta riqueza e liberdade, a exploração do meio ambiente, portanto, passou a ser um negócio lucrativo e sangrento. Nos dias atuais, o desmatamento continua a todo vapor e quem estiver no caminho, sendo facilmente descartado, como os povos ribeirinhos, os índios e os pesquisadores que carregam consigo preocupações ambientais em diversos lugares do mundo, continuam sendo prejudicados.     

O fato mais recente foi a morte do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira que evidencia claramente o problema das atividades ilegais que ocorrem no Vale do Javari na Amazônia e reforçam a imagem negativa que o Brasil possui a nível global na temática ambiental. Essas mortes não foram as primeiras e, infelizmente, não serão as últimas. O que é latente e irônico que mortes como essas e outras no passado se assemelham e ocorrem ainda em áreas disputadas por madeireiros, grileiros e latifundiários.

O que não parece está claro na mente humana é que os recursos da natureza são limitados e escassos, por outro lado, a sede do homem é ilimitada, essa matemática não fecha, precisamos da natureza para nos alimentar ao mesmo tempo estar vivos para que isso aconteça. O colapso ecológico alguns estudiosos acreditam está se aproximando e a cooperação global para enfrentar o problema: uma luz no fim do túnel. 

As favelas, inclusive, fazem parte do problema, pois a desestabilização do meio ambiente ocorre hoje em várias frentes. O despejo de enormes quantidades de lixos urbanos e venenos mudam a composição do solo, da água e do meio. A água pelo esgoto a céu aberto, enchentes, a gestão dos resíduos urbanos, as condições de habitações, são problemas no ambiente comum das favelas e competem a todos, problemas locais que podem ser solucionados contribuindo assim para o global.

O maior problema atual segundo cientistas é o climático. A queima de combustível fóssil por exemplo é responsável pela enorme evolução nos últimos 150 anos, porém é hoje um grande vilão da humanidade. A emissão de gases poluentes como o dióxido de carbono, contribuem para o aumento da temperatura média global, e o aumento da temperatura média mesmo por poucos graus pode segundo evidências científicas ser desastroso, desmantelando cidades, economias e culturas. 

O problema se torna global quando países que pouco se importam com a mudança climática podem afetar aqueles que buscam amenizar o problema climático, por exemplo se amanhã todo o planeta terra substituísse os combustíveis fósseis por fontes mais limpas, se supõe que Rússia, Irã e Arábia Saudita ficariam infelizes, pois dependem da exportação de petróleo e gás, suas economias certamente entrariam em colapso.

O desafio ecológico global portanto é um dilema, necessitamos da natureza para sobreviver, mas seus recursos são sugados ao extremo e sem reposição, o futuro da civilização está em cheque ou em marte. É provável que o planeta não consiga mais evitar o colapso ecológico, pois algum tipo de identidade e lealdade global precisaria acontecer para o problema ser solucionado hoje, vejo como impossível: Russos, Americanos e Chineses se abraçarem e ecoarem o hino global da paz ecológica, enquanto isso o planeta esquenta e a Amazônia também. 

Gideão Idelfonso

Cria de Paraisópolis, bacharel em Lazer e Turismo pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. Pesquisador com foco na periferia e sua dialética com o Lazer e Turismo. Teve contato com projetos de impacto social em Paraisópolis e em áreas da Zona Leste.

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