Insegurança alimentar: o combate à fome nas favelas do Brasil

 Insegurança alimentar: o combate à fome nas favelas do Brasil

Foto Caio Caciporé

Iniciativa de impacto social de Paraisópolis muda cenário da fome nas periferias

Atualmente, o Brasil é o 9º país mais desigual do mundo. Segundo dados do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio), 1% das pessoas mais ricas do Brasil, ganham 38 vezes mais que 50% da parcela mais pobre. Com a pandemia de covid-19, esta desigualdade aumentou. Desde então, muitas organizações estão trabalhando para mudar a realidade das regiões mais vulneráveis do país.

Uma destas organizações é o G10 Favelas, uma iniciativa formada por líderes e empreendedores, que reúne em seu Pavilhão Social, em Paraisópolis, empreendimentos que impactam diretamente a realidade de pessoas que moram nas comunidades do nosso país.

Desde o início da pandemia, o G10 Favelas já ajudou mais de 4 milhões de famílias com doações de alimentos, kits de higiene, roupas, entre outros itens de necessidade básica. Em 2020, durante o pior momento da pandemia, o Mãos de Maria, empreendimento localizado dentro do Pavilhão de Social do G10 Favelas, em Paraisópolis, criou uma ação chamada Marmita Solidária.

“Para mim, é muito transformador poder fazer parte de um projeto, sendo uma mulher nordestina e periférica, e meu trabalho estar voltado para esse público, principalmente”, conta Elizandra Cerqueira, cofundadora do Mãos de Maria.

Além do trabalho assistencial, o Mãos de Maria também promove o empreendedorismo, a  capacitação profissional e empoderamento feminino através da geração de renda para mulheres em situação de vulnerabilidade social. 

“Se você for pedir ajuda para alguém, eu acho que é humilhação. Se for pedir ajuda, as pessoas falam que não tem ou acaba de xingando. Se não fosse o G10 muita gente estaria passando fome”, declara Lia Cristiane, moradora de Paraisópolis. “No meu ponto de vista, se tivesse mais ONGS assim para poder ajudar, porque aqui no Paraisópolis é só o G10 mesmo. Pode ter o Bom Prato, mas às vezes a pessoa não tem R$ 1,00 para comer”, completa. 

Aliados necessários

Após a pandemia, o número de doações recebidas pelo G10 Favelas caiu 96%, mas o número de pessoas em busca de ajuda tem aumentado a cada dia, de acordo com a instituição. Por isso, tem realizado eventos beneficentes para mostrar às empresas e aos empresários a importância da doação.

Em maio, o G10 Favelas realizou um jantar que reuniu diversos doadores e parceiros, com o propósito de reafirmar o compromisso com as causas sociais do país.

“Eu, com muito orgulho, faço parte das muitas coisas que o G10 faz, desde o começo da pandemia. Eu vejo como o poder transformador concreto e verdadeiro, não é só na fala. São ações concretas e verdadeiras, e até simples que são executadas e não só faladas, elas são levadas à prática”, disse Paola Carosella, chef de cozinha e doadora do G10 Favelas, durante o jantar beneficente do G10 Favelas. 

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Repórter do Espaço do Povo, é cria do Jardim Ângela, formado em jornalismo e tem vivência em redação e assessoria de imprensa.

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