Desafios da população LGBTQIA+ para entrada no mercado de trabalho

 Desafios da população LGBTQIA+ para entrada no mercado de trabalho

O medo do preconceito e a falta de oportunidade são fatores que fazem com que a busca por novos empregos seja cada vez menor

No Brasil, o mercado de trabalho tem passado por mudanças e, por mais que existam leis trabalhistas, a população LGBTQI+ enfrenta dois grandes desafios: o primeiro é conquistar uma vaga formal e o segundo é se manter nela. 

Em maio deste ano, o IBGE divulgou os dados da “Pesquisa Nacional de Saúde (PNS): Orientação Sexual Autoidentificação da População Adulta”, realizada em 2019, mostrando que o Brasil possui aproximadamente 2,9 milhões de pessoas que se declaram pertencentes à comunidade LGBTQIA+. O estudo mostra uma carência de políticas de inclusão desse grupo e falta de acesso a cargos de alta gestão. 

“Um dos principais pontos a ser discutidos é sobre inclusão nas empresas, ter mais estudos, palestras e mais debates sobre o tema para que o ambiente de trabalho seja respeitoso e a sociedade entenda que somos iguais a todo mundo, que temos as mesmas habilidades que qualquer pessoa hétero tem”, disse o jornalista Fábio Di Barros.

Durante a pandemia, a situação ficou ainda pior. Outro estudo, este feito pela plataforma #VoteLGBT com a Box1824, mostrou que 6 em cada 10 pessoas LGBTQIA+ tiveram suas rendas diminuídas ou perderam o emprego no período da pandemia

Em 2021, uma ação do G10 Favelas possibilitou a identificação de mulheres trans, que sofreram com a diminuição de renda e o desemprego, e o encaminhamento para o Emprega Comunidades, iniciativa que se dedicou a fazer a conexão entre empresas engajadas na inclusão, e pessoas LGBTQIA+ que buscavam por uma oportunidade. 

Este trabalho inspirou a criação do  primeiro “Feirão Emprega LGTBQIA+ Diversidade Aqui”, clique no Qr Code e saiba mais sobre esse evento. “O foco principal do feirão de empregos foi fazer essa conexão e promover inclusão, aumentando as chances de empregabilidade para o público LGBTQIA+. Hoje o mercado de trabalho está cada vez mais cumprindo um papel importante, as empresas estão buscando contratar e se atualizar. Existe o desejo de empresas de terem diversidade, de inclusão, porém, às vezes, não sabem como fazer isso. E o Emprega Comunidade faz essa ponte.”, afirma Rejane Santos, fundadora do Emprega Comunidades e responsável pelo feirão de empregos. 


Mas, como dissemos no início, não basta conquistar uma vaga, outro desafio é se manter, o que pode ser muito difíl, já que de acordo com uma pesquisa recente divulgada pelo LinkedIn, 4 em cada 10 pessoas LGBTQIAP+ já sofreram discriminação no ambiente de trabalho. Para a psicóloga e analista de recursos humanos do Emprega Comunidades, Débora Pereira, o momento é de muita discussão sobre o assunto, mas ainda é preciso avançar com mais ações práticas. 

“As empresas precisam ter a consciência de diversificar o quadro de funcionários e ter consciência de que existe preconceito, que existe homofobia, que as pessoas são discriminadas pela orientação sexual, pela identidade de gênero e, a partir disso, se conscientizar e abrir oportunidades. Se não houver essa consciência, não vai haver inclusão”, conclui Débora.

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