Perda de memória e o papel da tecnologia

A memória é uma faculdade cognitiva fundamental à preservação e continuidade da vida. No entanto, alguns fatores tendem a ameaçá-la: uso de drogas, estresse, insônia e doenças psiquiátricas ou neurológicas, que podem interferir na capacidade de reter as memórias de curto e longo prazo.

É importante ressaltar que estes são apenas alguns dos hábitos que podem prejudicar ou influir na memória negativamente. Atualmente, a tecnologia também pode ser uma das vertentes, dependendo do modo e frequência de uso; smartphones, tablets, computadores e smartwatches são exemplos de como os avanços tecnológicos são capazes de conectar as pessoas em tempo integral e, por vezes, substituir o que antes era designado à nossa mente.

De acordo com a dra. Jerusa Smid, secretária do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), estes dispositivos são utilizados como uma espécie de memória externa: “Percebemos em nosso cotidiano o quanto transferimos o papel de nossa memória aos incontáveis utensílios tecnológicos, de maneira que, se você não o possui, na hora que precisa, sente como se não fizesse o registro de algo da maneira que deveria”, afirma.

Apesar deste cenário, ainda é difícil precisar o quanto a tecnologia de fato interfere negativamente na memória dessa geração ou seu efeito nas gerações posteriores, a despeito das pesquisas já realizadas em torno do assunto.

Alternativa
Em oposição ao estigma de que a culpa é dos avanços tecnológicos, desenvolvedores de aplicativos e startups começam a investir em aplicativos e dispositivos que auxiliem no tratamento da perda de memória e até mesmo em seu treinamento.

Um modelo bem sucedido é o Lumosity, aplicativo que ganhou espaço em terapias, que conta com exercícios que envolvem aspectos da memória como concentração, velocidade de raciocínio e resolução de problemas.

“Por ser uma plataforma com uma certa acessibilidade, pode ser usado para esse fim. Em contrapartida, existem limitações principalmente aos mais idosos, a faixa etária que mais sofre com problemas relacionados à memória. Ou seja, é uma vantagem restrita, não está disponível à toda população”, observa dra. Jerusa.

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Jornalista, produtora cultural, diretora de comunicação da Cria Brasil, agência de comunicação de território de favela que surgiu com o compromisso de gerar impacto social positivo nas comunidades do país.

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