33 milhões de pessoas passam fome no Brasil

A população que vive em comunidades são as que mais sofrem com o impacto das quedas de doações de cestas básicas e marmitas solidárias

Foto: André Silva / Cria Brasil

Por: Talytha Cardoso

A panela vazia tem sido o retrato do ´´novo normal“, que traz os velhos problemas de sempre: fome, desemprego, baixa renda e milhares de pessoas em situações de extrema pobreza a ponto de não terem um grão de arroz na panela. 

Há dois anos, o cenário  da fome já era de 19 milhões de pessoas que viviam em situação de miséria, em dois anos de pandemia, foram somadas 14 milhões chegando a um total de 33 milhões de pessoas que passam fome no Brasil, de acordo com  os estudos da Penssan (Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional).

Foto: André Silva / Cria Brasil

A  escassez nas doações recebidas no Pavilhão Social do G10 Favelas, revelam como as pessoas da comunidade são as mais vulneráveis. As marmitas que antes eram num volume de 10 mil por dia, despencaram para pouco mais de 300, a dona Iolanda da Silva, 67, moradora da comunidade há muitos anos, sempre vai buscar as marmitas doadas no Pavilhão Social do G10 Favelas, localizado na segunda maior vela de São Paulo, Paraisópolis. Desta vez, ela ficou sem as marmitas e voltou para casa de mãos vazias, dona Iolanda é o retrato de muitas avós da comunidade que ficam com os netos enquanto a filha faz uns bicos para sustentar a casa. 

 

Com a chegada dos netos, deixou o trabalho na reciclagem onde tirava o pão de cada dia, para dar o apoio necessário à filha que agora ficou responsável por providenciar o sustento à família. Com o olhar preocupado e cabisbaixo, coçando a cabeça saiu já fazendo as contas a qual dos vizinhos iria pedir, mais uma vez, ajuda para ter a comida do dia. Perguntada pela reportagem como faria para trazer a comida para casa, disse que iria recorrer aos vizinhos para ajudá-la, no final Deus nunca desampara, afirmou dona Iolanda.

Fila das marmitas no Pavilhão Social do G10 Favelas Foto: Luis Maike/Cria Brasil

Gilson Rodrigues, presidente do G10 Favelas, bloco de líderes de empreendedorismo e impacto social das 10 maiores favelas do país, que  completa 3 anos em setembro, ressalta como  a queda nas doações afetam em muito a possibilidade de ajudar as quase 30 mil famílias, que veem nas doações de cestas básicas e marmitas solidárias um escape para terem o arroz na panela. ´´As pessoas que moram na favela sempre serão as primeiras a terem seus empregos cortados e terão mais dificuldades para conseguirem um trabalho. Sem uma fonte de renda que possa garantir o sustento da casa, a fome tem sido presença constante  na vida delas“, destacou Gilson.

 

Ainda apelou para que as empresas e pessoas, possam doar, só  assim para  ajudar a minimizar a dor da fome das centenas de pessoas que batem à porta do G10 Favelas. Se todos começarem ainda que seja com pouco, será possível ajudar a recobrar o ânimo para buscar outras oportunidades para serem os agentes transformadores da sua própria história.

Foto: Luis Maike/Cria Brasil

No último dia 27 de junho, o G10 Favelas realizou no Hotel Palácio Tangará um jantar beneficente que teve como objetivo angariar fundos para as iniciativas que fazem parte do Hub de Negócios do bloco de líderes, e arrecadar fundos para a campanha ´´Natal Solidário“, que vai atender 10 mil famílias com cestas de natal, roupas, brinquedos e outros donativos neste final de ano.

Para os interessados em ajudar, a doação pode ser feita pelo site da organização em www.g10favelas.com.br.

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