Sarampo: como se proteger da doença que voltou a ameaçar o Brasil

 Sarampo: como se proteger da doença que voltou a ameaçar o Brasil

Divulgação

O aumento de casos se dá pelo fato da baixa na taxa de vacinação contra a doença

Com o aumento dos casos de sarampo em todo o mundo, é importante que a população brasileira esteja atenta à prevenção da doença. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2022, foram registrados grandes surtos da doença em 32 países, número que subiu para 51 em 2023.

O Brasil já havia conquistado o status de país livre do sarampo em 2016, quando recebeu o certificado de erradicação da doença pela OMS. Entretanto, três anos depois, o país perdeu essa condição devido à reintrodução do vírus e à confirmação de novos casos.

Atualmente, uma das prioridades do Governo Federal é recuperar essa certificação e interromper a circulação desse vírus altamente contagioso, que pode ser fatal, especialmente em crianças. Além disso, o sarampo pode causar complicações como pneumonia, encefalite, convulsões e, em casos graves, danos cerebrais permanentes.

Entenda abaixo os riscos, tratamentos e medidas preventivas oferecidas pelo Sistema Único de Saúde para evitar a doença.

O que é sarampo

É uma doença infecciosa considerada grave, causada pelo vírus Morbillivirus. O grupo mais afetado é composto por crianças menores de cinco anos de idade e adultos maiores de 20, pessoas desnutridas ou imunossuprimidas. É considerada grave por conta das altas taxas de hospitalização e porque pode levar à morte. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, o sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes.

Quais são os sintomas do sarampo

Os principais sinais do sarampo são manchas vermelhas no corpo (exantema) e febre alta (acima de 38,5°), acompanhada de uma ou mais das seguintes características: tosse seca; irritação nos olhos (conjuntivite); nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso.

De acordo com o Ministério da Saúde, em torno de três a cinco dias é comum aparecerem manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, espalham-se pelo restante do corpo. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de cinco anos de idade.

Em caso de suspeitas, a recomendação é procurar pela unidade de saúde mais próxima de sua residência.

Quais são as formas de contágio do sarampo

A transmissão acontece quando a pessoa com o vírus tosse, fala, espirra ou respira perto de outras. Isto porque as pequenas gotas de saliva contaminadas entram pelo organismo através das mucosas, especialmente do nariz e da boca.

Como prevenir o sarampo

A maneira mais efetiva de evitar o sarampo é com a vacinação. Isto porque a pessoa com o vírus pode transmitir a doença antes mesmo de saber do diagnóstico. O período de transmissão pode ocorrer em até seis dias antes de os sintomas aparecerem, e até quatro dias depois. Após o contato com alguém doente, se houver contaminação, os sintomas podem aparecer entre sete e 18 dias.

O Ministério da Saúde informa que os critérios de indicação da vacina são revisados periodicamente e levam em conta: características clínicas da doença, idade, adoecimento por sarampo durante a vida, ocorrência de surtos, além de outros aspectos epidemiológicos. A imunização do sarampo está disponível em apresentações diferentes. Todas previnem o sarampo e cabe ao profissional de saúde aplicar a vacina adequada para cada pessoa, de acordo com a idade ou situação epidemiológica.

Por ser uma doença de alta transmissibilidade, existem outras formas de evitar a propagação, entre elas, o isolamento de casos suspeitos e confirmados, principalmente, afastando-as temporariamente de pessoas mais vulneráveis à infecção, como crianças pequenas e mulheres grávidas.

Além disso, para evitar a disseminação do vírus, é importante realizar a limpeza regular de superfícies; cobrir a boca ao tossir ou espirrar, usar lenços descartáveis e higienizar as mãos com água e sabão ou álcool em gel.

Quais são as vacinas contra sarampo disponíveis no SUS

Os tipos de vacinas são a Dupla viral, que protege do vírus do sarampo e da rubéola e pode ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto; Tríplice viral, que protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola; e a Tetra viral, que protege do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela, a catapora.

No Brasil, as três estão disponíveis gratuitamente no sistema público de saúde e são aplicadas no calendário regular do Plano Nacional de Imunização (PNI). Para tomar a vacina, basta procurar por uma Unidade Básica de Saúde (UBS) com um documento de identidade com foto e a carteirinha de vacinação.

Como é feito o diagnóstico do sarampo

O diagnóstico do sarampo pode ser clínico, isto é, por meio da análise dos sinais e dos sintomas, e por exame laboratorial, por sorologia (amostra de sangue), e biologia molecular (amostras de secreção de orofaringe, nasofaringe, urina).

Como é o tratamentos do sarampo

Não existe terapia específica para o sarampo. Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença. O Ministério da Saúde recomenda não fazer uso de nenhum medicamento sem orientação médica e procurar o serviço de saúde mais próximo.

Usar antibióticos, por ser uma doença viral, é contraindicado, por exemplo. Exceto se houver indicação médica, caso haja outras infecções secundárias. É importante manter a hidratação, o suporte nutricional e monitorar a febre.

Por que novos casos surgiram

Segundo o Ministério da Saúde, é porque houve uma baixa na taxa de vacinação contra a doença. A queda ocorreu, em grande parte, pelas dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19 e pelo crescimento do movimento antivacina.

Segundo a pasta, a vacinação é a melhor defesa contra o sarampo. Crianças não vacinadas contribuem para a disseminação da doença na comunidade, afetando também outros indivíduos mais vulneráveis, como bebês que ainda não podem se vacinar e pessoas imunossuprimidas (com algum tipo de deficiência imunológica).

A eficiência do imunizante é reconhecida, comprovada e pode durar a vida toda. Vale lembrar que, ao longo da história, imunizantes conseguiram erradicar ou eliminar diversas doenças e salvar milhares de vidas. É a ciência trabalhando a favor da saúde.

FONTE:  Agência Gov

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Formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Repórter do Espaço do Povo e Correspondente local do Grajaú (SP) na Agência Mural de Jornalismo das Periferias.

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