COPA DA PAZ: Seu Roberto é a própria história da Portuguesa

De dono do time a papel de pai, seu Roberto é a própria história da Portuguesa

Por Flaviane Fernandes

Quando o assunto é futebol o que não falta são personagens, cada um com o seu estilo; gente engraçada, talentosa, e porque não gente simples, de bom coração e com jeito de pai.

Assim, de uma maneira muito singular o time da Portuguesa, equipe de Paraisópolis que disputa a Copa da Paz, pode ser descrito através de Roberto Carlos Ribeiro, 56 anos, dirigente, dono, técnico, massagista e por fim pai, se assim alguém o quiser chamar.

Fã de futebol, o homem que por um azar do destino não se tornou jogador, decidiu que levaria adiante sua paixão. Quando chegou à Paraisópolis da cidade de Itapetinga, Bahia, foi trabalhar no São Paulo Futebol Clube e de funcionário comum a gandula foi construindo sua história com a bola.

“Somos fracos, mas somos educados”, diz ele ao falar de sua equipe. Nascido há 30 anos, a Portuguesa está longe de ser um time fraco. Possui 23 títulos conquistados nos pequenos torneios, foi vencedor da Copa da Paz em 2007, campeão invicto da Copa Sol do Verão, além desses, conquistou a Copa Baltazar.

Ele comenta que nunca ficou sem receber um dinheirinho na Copa da Paz. “As vezes que não ganhei fiquei em terceiro lugar ou fui o vice”, diz com um sorriso. As dificuldades são muitas, mas não o bastante para desanimá-lo. Com ajuda de um e de outro ele consegue os jogos de camisetas.

“Eu que vou lá, encomendo, peço para escrever o nome de cada jogador”, relata. Ele ainda conta com o apoio da esposa que é quem lava os uniformes dos atletas após as partidas. “Ela lava tudo e ainda coloca amaciante”, completa.

“Quando ganhamos os torneios, faço uma festinha para eles, dou par de chuteiras para os que não podem comprar”, explica. É ele também quem compra remédio para os jogadores quando esses se machucam. “Eu passo o meu cartão”, acrescentou.

Os momentos mais especiais para ele são as finais dos campeonatos “Eu fico muito feliz quando chegamos numa final”, disse.

Às tardes, ele costuma ficar na beira do Campo do Palmeirinha observando os meninos jogarem bola, quando ele vê alguém que destaca o convida para o seu time. “Eu faço assim, vou treinando ele aos poucos, e assim vou fechando a equipe”, comenta. Mas Roberto explica que não aceita garotos menores de 19 anos, tem medo que o menino se machuque e que os pais venham culpá-lo. “Meus jogadores tem entre 19 a 26 anos”, afirma.

O técnico aproveita para lembrar de um talento que se revelou no seu time, Danilo Alves de Souza, nasceu em Paraisópolis, começou na Portuguesa, jogou em outros clubes da comunidade e atualmente joga no Kabuscorp. “Ele está de férias aqui, mas joga lá no mesmo clube do Rivaldo”, acrescentou.

O que não falta para esse homem são lembranças. Fala do tempo que vendia lanche no estádio do Morumbi. “Ajudei muito o Cafu, ele ia para os treinos só com o dinheiro da condução, ai ele ficava lá olhando, eu via que estava com fome e dava um lanche pra ele”, conta ele que descreve o ex-atleta capitão da seleção como alguém muito atencioso. “Quando ele aparece ele sempre traz um bom presente pra mim”, disse.

A Portuguesa é o atual líder da Copa da Paz, o time do senhor Roberto está entre os favoritos ao título.

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