Diretora geral da Associação Crescer Sempre, Terezinha Paladino está há 27 anos promovendo a educação em Paraisópolis

Por Francisca Rodrigues

Terezinha Paladino chegou em Paraisópolis em 1987 (Foto: Francisca Rodrigues)
Terezinha Paladino chegou em Paraisópolis em 1987 (Foto: Francisca Rodrigues)

Terezinha Paladino é conhecida pelo trabalho educacional que desenvolve há muito tempo em Paraisópolis. A diretora geral da  Associação Crescer Sempre iniciou seu trabalho como professora na comunidade em 1987 e transformou a vida de muitos moradores, porque acreditou e continua acreditando na educação como ferramenta de transformação.

“Se a gente fizer uma conta do meu trabalho aqui em Paraisópolis desde 1987 até agora, é uma vida. E eu tenho muito orgulho dessa vida. Porque é um trabalho realmente gratificante, me dá muito prazer em fazer parte disso tudo”, comenta.

Nascida em 1952, em São Paulo, Terezinha Paladino iniciou sua carreira como professora aos 17 anos. Começou a dar aulas em uma escola particular em Pinheiros, a extinta Luís de Camões. Seu trabalho na rede pública começou em uma escola no Taboão da Serra, onde ficou por muito tempo.

 Chegou em Paraisópolis há 27 anos com um grupo de professores para lecionar na escola Etelvina de Goes Marcucci. “Era uma escola nova que atendia da 1ª a 4ª série. Junto comigo veio um grupo de professores e permanecemos juntos por dez anos. Foi um trabalho muito forte e importante para a comunidade de Paraisópolis”, relembra a diretora. Ela explica que na época não havia ensino médio nas escolas da comunidade e somente em 1998 a escola Etelvina tornou-se a primeira com ensino médio em Paraisópolis.

Em 1991,  surgiu um projeto educacional a partir do desejo do presidente da Porto Seguro Seguradora, Jayme Brasil Garfinkel, de construir uma escola em Paraisópolis. “Ele procurou a escola Etelvina porque queria construir uma escola em Paraisópolis”, afirma. Terezinha explica que naquela época a Etelvina estava muito danificada e precisava de projetos. “Nós fizemos uma solicitação a ele. Pedimos que nos ajudasse e depois a gente poderia apoiar o sonho dele”.

O acordo foi feito e Terezinha ficou à frente do projeto como coordenadora. E alguns anos  depois nasceu a Associação Crescer Sempre, um projeto independente da escola pública. “Construímos juntos o projeto de Educação em Parceria e foi aí que as coisas começaram a caminhar”,  relembra.  Ela explica que no decorrer dos anos outras escolas estaduais passaram a receber apoio da associação como: Homero de Santos Fortes, Maria Zilda Gamba Natel e Governador Miguel Arraes.

Paulista, apaixonada pela cidade, Terezinha entende que São Paulo tem seus problemas sociais e que Paraisópolis, por fazer parte dela não é diferente. Quando começou a trabalhar em Paraisópolis, a comunidade já era considerada perigosa e isso não a impediu de cumprir sua missão. “Todos esses problemas a gente tem que saber conviver com eles.  Acho que o perigo existe em qualquer lugar. Em Paraisópolis, no Morumbi, no centro de São Paulo, numa cidade do interior e no litoral. Temos que lutar para ter mais segurança, mais saúde e mais educação”.

Educadora há 45 anos, Terezinha  se orgulha do trabalho que tem realizado. “Como  escolhi ser professora e educadora, eu procuro fazer isso da melhor maneira possível e a palavra principal em qualquer profissão tem que ser respeito. Tenho muito respeito por todos que passam por aqui”, e completa, “O que me move a ficar em Paraisópolis, é a vontade de transformar uma escola pública numa escola de qualidade é fazer com que esses projetos se tornem exemplos para o mundo”, finaliza.

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Jornalista, produtora cultural, diretora de comunicação da Cria Brasil, agência de comunicação de território de favela que surgiu com o compromisso de gerar impacto social positivo nas comunidades do país.

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