Alunos da ETEC Paraisópolis denunciam falta de manutenção do equipamento

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Estudantes protestaram contra os esquemas de desvios de verba para a compra de merenda escolar (Foto: Francisca Rodrigues)

A falta de manutenção e de diálogo com a direção da ETEC Abdias do Nascimento desencadeou o protesto de estudantes no início de maio. Os jovens protestaram contra os esquemas de desvios de verba para a compra de merenda escolar e a falta dela nas ETECs e FATECs; contra a precarização da educação e dos cortes nos repasses para a educação.

A reivindicação por uma merenda digna para os alunos do ETIM (Ensino Técnico de Informática Integrado ao Médio), que ficam na escola em período de oito horas com apenas uma merenda fornecida pela escola, na qual eles chamam de “merenda seca” também estava em pauta.

Forro do banheiro masculino caiu (Foto: Francisca Rodrigues)
Forro do banheiro masculino caiu
(Foto: Francisca Rodrigues)

Com uma extensa lista de reivindicações, os estudantes também apontaram a falta de diálogo e o impedimento da direção para que seja criado um Grêmio Estudantil, além de problemas de falta de infraestrutura e manutenção  da unidade, que possui salas e quadra de esportes com vidros quebrados e um banheiro sem forro. Muitos se queixaram, ainda,  que alguns espaços não são utilizados, como os laboratórios de química e física, e a sala de audiovisual. Eles afirmaram, ainda, que a sala de informática não tem computadores suficientes para todos.

Alunos afirmam que sala multimídia nunca foi utilizada (Foto: Francisca Rodrigues)
Alunos afirmam que sala multimídia nunca foi utilizada (Foto: Francisca Rodrigues)

Outro problema, de acordo com os estudantes, é a falta de materiais que deveriam ser fornecidos pelo Estado e que os ajudariam a ampliar as visões e aprender mais, porém não são fornecidos. “Nós temos que dividir livros porque não tem um material individual”, afirmou um aluno que preferiu não se identificar. Ele afirmou, ainda, que a sala de informática não tem computadores suficientes para todos.

Em nota, o CPS informou que a unidade solicitou os livros ao Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), mas disse que o “atendimento à demanda nem sempre é ágil e algumas turmas recebem número menor de livros que o solicitado”. E informou que os laboratórios estão equipados e liberados, mas não disse por que não são usados. Relatou ainda que, para os problemas de manutenção, a escola foi incluída no Plano Plurianual de Gestão, que já vem sendo executado na unidade.

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Quadra de esportes e vestiário (Foto: Francisca Rodrigues)

A ETEC Abdias do Nascimento foi a última a ser desocupada, no dia 17 de maio.   Os próprios alunos saíram voluntariamente do local e irão se organizar para que as demandas sejam atendidas pelo poder público.

“A conquista dessas reivindicações  passa pela construção do Grêmio Estudantil independente, que será o canal que negociará com o Centro Paula Souza e demais instâncias, prazos para termos uma escola de qualidade para todos”,  afirmou um representante de alunos da ETEC Paraisópolis.

ETEC Paraisópolis foi a última a ser desocupada (Foto: Francisca Rodrigues)
ETEC Paraisópolis foi a última a ser desocupada (Foto: Francisca Rodrigues)

Veja as principais reivindicações:

1) Revitalização dos Laboratórios de informática, pesquisa, química, física, bem como profissionais capacitados para operá-los corretamente. Igualmente, a reforma da quadra de esporte, vestiário e anfiteatro.

 

2) Compra de equipamentos de data show para todas as salas de aulas, quadro brancos e pincéis para o uso destas.

 

3) Substituição da atual Diretora da ETEC, que vem impondo obstáculos a utilização plena da estrutura da escola e interferindo na construção do grêmio estudantil

 

4) Criação de um conselho gestor, que assegure a participação de toda comunidade (alunos, pais, professores e moradores) no planejamento escolar, bem como no uso dos espaços da ETEC.

 

5) Não intervenção no processo de construção e eleição do Grêmio estudantil, como já garantidos na constituição Federal, estatuto da Juventude e lei estadual.

 

6) Implantação de novos cursos levando em consideração os interesses de toda comunidade. Assim, devendo ser amplamente debatido por todos os interessados.

 

7) Criar a infraestrutura para a oferta de merenda de qualidade e balanceada, equivalente a uma refeição nutritiva, para todos os alunos. Pelo fim da merenda seca.

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Jornalista, produtora cultural, diretora de comunicação da Cria Brasil, agência de comunicação de território de favela que surgiu com o compromisso de gerar impacto social positivo nas comunidades do país.

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