A escola é parte de mim
Por Evelin Santos
Você já perguntou para o seu filho (a), sobrinho (a), vizinho (a), o que a escola representa para ele (a)?
Fiz esta pergunta para alguns pequenos conhecidos, e estas foram as respostas que obtive:
“A escola para mim, é um lugar de incentivo e de amizade”– B.C (7 anos)
“A escola para mim, é lugar de estudar e aprender” – O.M (7 anos)
“A escola para mim, é um lugar especial” – H.H (6 anos)
Quando nos arriscamos a esta pergunta ouvimos as mais variadas respostas, em sua maioria positivas, porém uma das que mais me chamaram atenção foi: “A escola é parte de mim”.
Esta frase define muito bem o entendimento de que a educação nos integra como pessoa, logo como cidadãos. Isso porque estar na escola é estar em um lugar de encontro, encontro com o outro, que participa da mesma fase de desenvolvimento, mas também é um lugar de encontro consigo mesmo, onde por meio do aprendizado descortina-se um mundo de novidades, favorecendo a criatividade, sendo este um caminho propiciador para desenvolver a autonomia. Como cuidadores, impedir ou não estimular a criança e o adolescente a presença escolar é ferir a sua integridade e o seu completo crescimento. A educação é um direito garantido por lei, conforme a constituição federal, no seu artigo 205:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Da mesma forma, segundo o ECA, “a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho”.
Observem que este direito à educação corresponde a uma necessidade humana de desenvolvimento. Ignorar estas necessidades nos coloca sob o risco de um desenvolvimento incompleto.
Isso traz uma grande preocupação quando observamos este recente dado estatístico: A evasão escolar entre crianças em fase de alfabetização no Brasil disparou em 2021. Cerca de 244 mil crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos estavam fora da escola no segundo trimestre de 2021, mostra relatório da organização Todos Pela Educação. O número representa um aumento de 171% em comparação a 2019, quando 90 mil crianças estavam fora da escola.
São dados que precisam causar uma comoção e um despertamento para o fato de que estamos diante de uma violação de direitos humanos. Ignorar esta realidade configura em uma violência contra a humanidade; contra nós mesmos.
É dever do estado e da família promover e incentivar…
Reflita se enquanto família você tem feito sua parte, em dar apoio, encorajar, lutar a todo custo para que este direito do seu pequeno não seja violado. O melhor presente que podemos dar aos nossos pequenos é uma jornada de possibilidades ao seu pleno desenvolvimento.
- Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua ( PNAD Contínua), que abrange os efeitos da pandemia.
Evelin Santos
Psicóloga Clínica há 8 anos.
Pós Graduada em Psicologia Positiva, Ciências do Bem estar e realização.