Comércios de materiais de construção de Paraisópolis sentem os efeitos da crise

Por Juliana Diniz

O ritmo de obras de construção na comunidade tem caído e com isso, estabelecimentos no ramo da construção civil em Paraisópolis têm sentido o efeito da crise econômica. Alguns estabelecimentos têm sofrido queda de até 50% de acordo com proprietários de comércios com mais de 15 anos e com visibilidade na comunidade. Uma das formas para atender a demanda, mesmo com a crise, foi a recolocação e redução no quadro de funcionários para diminuir os gastos, além de promoções de materiais para não haver uma perda maior nos lucros.

Leandro Nascimento, proprietário do comércio LJ Empório, localizado na Rua Pasquale Guallupi, afirma que tem percebido queda nas vendas desde março de 2015.Por não trabalhar com grandes obras de construção civil, ele afirma que a queda gira em torno de 5% a 10%, mas pequenos ajustes e reformas continuam em andamento. “Estou vendo que até o mercado afetou um pouquinho mais, porque você vai ao mercado e só têm produtos de marcas inferiores”. Marcos Paulo, proprietário do comércio Fortaleza Ferramentas, declara que a crise é pertinente com a crise politica, tornando a crise é geral.

O gerente Marcos Viana, do comércio Depósito José Rolim, estima que a queda gira em torno de 70% em comparação com os lucros anteriores.

O proprietário Marcos Antônio Ramos Medeiros, do comércio Santa Edwiges, localizada ainda na Rua Pasquele Gallupi, afirma que a crise é um dominó e atinge todo mundo, cabe aos empresários se sobressaírem durante a crise. Com uma redução em apenas de 20%, comparativo ao mercado, Marco têm buscado alternativas para continuar sendo opção de busca no mercado e para não sentir mais a queda. “Eu sempre busco a segunda opção para o cliente. Ofereço a primeira linha, mas sempre há algo similar que atende o mercado e com qualidade”.

Com a atual crise politica e econômica do Brasil, o ramo da construção civil registrou em março uma queda de 0,99%.  Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), entre janeiro e março foram fechadas 55,4 mil vagas. Em março, o nível de emprego da construção civil brasileira apresentou queda de  -0,99%  em relação a fevereiro, com o fechamento de 28,5 mil postos de trabalho, considerando os efeitos sazonais [tratamento estatístico que tem como objetivo retirar efeitos que acontecem de forma típica em um mesmo período do ano]. “Historicamente, o emprego na indústria da construção cresce no primeiro trimestre, em função de novas obras. Entretanto, este é o segundo ano seguido em que o emprego no setor cai no primeiro trimestre, como resultado da crise”, informou José Romeu Ferraz Neto, presidente do SindusCon-SP.

A taxa de desemprego é resultado de uma reação em cadeia na economia. Na comparação com fevereiro, o estado de São Paulo registrou queda de -1,01%, com redução de 7.737 vagas.
O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) subiu 0,83% em maio, resultado 0,37 ponto percentual superior à taxa de abril (0,46%). Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com a alta de maio, os custos da construção acumularam alta de 6,68% nos últimos 12 meses (a taxa anualizada), comparativamente aos 12 meses imediatamente anteriores. Esse percentual, no entanto, é inferior à alta registrada no período de 12 meses anteriores, que foi de 7,14%. Em maio de 2015, o índice havia subido 1,26%.

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Jornalista, produtora cultural, diretora de comunicação da Cria Brasil, agência de comunicação de território de favela que surgiu com o compromisso de gerar impacto social positivo nas comunidades do país.

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