Onda de calor e mudanças climáticas: riscos à saúde e ao meio ambiente

 Onda de calor e mudanças climáticas: riscos à saúde e ao meio ambiente

Edi Souza/Ato Press/Estadão Conteúdo

A segurança alimentar também é afetada pelo calor excessivo, acelerando processos de deterioração e ameaçando a qualidade dos alimentos.

Desde a última sexta-feira (10), 13 estados e o Distrito Federal estão enfrentando uma onda de calor intensa. De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas (CGE) da prefeitura, a cidade de São Paulo registrou neste domingo (12) as temperaturas mais altas em 19 anos, atingindo uma média de 36,9 graus. Essa onda de calor é atribuída ao El Niño, um fenômeno que aquece as águas dos oceanos.

As altas temperaturas não impactam apenas a resistência humana; elas também têm o potencial de perturbar o equilíbrio ambiental. O professor de biologia Flávio Landim destaca a urgência de medidas abrangentes para lidar com as mudanças climáticas, afirmando: “O aumento da temperatura não apenas desafia a resistência humana, mas também pode afetar o comportamento animal e a segurança alimentar.”

As mudanças no comportamento animal já são observadas diante das altas temperaturas. Landim comenta que algumas espécies estão adaptando seus hábitos, buscando mais sombra durante o dia e se tornando mais ativas durante a noite. Ele ressalta que, se as altas temperaturas persistirem no longo prazo, espécies não adaptadas correm o risco de extinção.

No que diz respeito à saúde humana, a onda de calor impõe desafios significativos. A promoção da hidratação adequada, a conscientização sobre os riscos associados ao calor e a criação de centros de resfriamento emergenciais são medidas consideradas imperativas pelo professor. Além disso, ele destaca a importância de investir em estratégias de adaptação e mitigação das mudanças climáticas para enfrentar os impactos crescentes dessas ondas de calor.

André Coelho, professor de Física, destaca os desafios térmicos e a regulação corporal diante do aumento da temperatura ambiente. Ele ressalta que a elevação da temperatura apresenta dificuldades crescentes para a regulação térmica do corpo humano, com a produção de suor sendo crucial para evitar superaquecimento. Em ambientes úmidos, a eficácia da evaporação do suor é comprometida, agravando a situação durante a onda de calor.

A segurança alimentar também é afetada pelo calor excessivo, acelerando processos de deterioração e ameaçando a qualidade dos alimentos. O professor Michel Arthaud, especialista em química, conclui: “À medida que as temperaturas aumentam, as reações químicas nos alimentos são intensificadas, fazendo com que eles estraguem muito mais rapidamente.”

Essa situação destaca a importância crucial de medidas preventivas e de conscientização sobre os riscos térmicos em meio às condições climáticas extremas.

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Formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Repórter do Espaço do Povo e Correspondente local do Grajaú (SP) na Agência Mural de Jornalismo das Periferias.

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