G10 Favelas retoma plano anticovid em Paraisópolis após aumento de casos de ‘influenza’ e coronavírus

Para suprir a necessidade de atendimento médico dentro de Paraisópolis, segunda maior comunidade de São Paulo, o G10 Favelas, Bloco de Líderes e Empreendedores de Impacto Social nas Favelas, retoma, a partir desta quarta-feira, 12, atendimento à população por meio de ambulâncias e equipe socorrista. Além disso, também fará um mutirão de entrega de 50 mil máscaras e campanhas de conscientização por carros de som e mídias sociais.


No início da pandemia, em 2020, quando começaram a surgir os primeiros casos de COVID-19 em Paraisópolis, o G10 Favelas contratou três ambulâncias e uma equipe com nove profissionais de saúde para atender a população. A princípio, os atendimentos serviriam  apenas para casos graves, porém a demanda da comunidade é tão grande pelo fato do SAMU não chegar, que o serviço de remoção do G10 acabou atendendo muito além. De março de 2020 até fevereiro de 2021, foram realizados quase 11 mil atendimentos.


Após testar positivo para COVID-19, Igor Alexsander, morador da comunidade, recebeu a recomendação para ir para casa e repousar, mas, por conta da febre contínua, começou a ter convulsões. Foi quando sua esposa tentou acionar o SAMU, e após horas de tentativas e seis convulsões, finalmente conseguiu receber atendimento, mas já chegou ao hospital inconsciente. Igor foi internado e já teve alta, mas segundo sua esposa, o desespero foi grande, pois a demora no atendimento agravou a situação. 


Esses relatos têm sido cada vez mais constantes, principalmente com a circulação no novo vírus da gripe, e, mesmo sem funcionar, diariamente, moradores mandam mensagens ou ligam desesperados em busca do atendimento das ambulâncias do G10 Favelas. “Desde dezembro do ano passado, estamos vendo a demanda nas UBSs crescendo, as filas aumentando e mais pessoas se queixando da falta de atendimento. Não podemos esperar novas mortes, precisamos retomar com urgência esse serviço das ambulâncias em Paraisópolis.”, se preocupa Gilson Rodrigues, Presidente do G10 Favelas, que completa “percebemos que os casos têm se agravado e as demandas por atendimento aumentam a cada dia. O atendimento rápido evita filas e, consequentemente, mais mortes. Precisamos de ajuda para manter esse serviço”.


As ambulâncias particulares se mostraram essenciais em Paraisópolis e em outras comunidades, diante da flagrante realidade de que o serviço que deveria fazer esse atendimento se exime de cumprir sua obrigação, o SAMU não atende as comunidades adequadamente. O G10 Favelas está com a campanha  para custear o serviço, que custa R$ 115 mil. Para doar, basta acessar o site: www.g10favelas.com.br 

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