Denúncias de exploração sexual infantil online bate recorde em 2023

 Denúncias de exploração sexual infantil online bate recorde em 2023

Crédito: GettyImages

Houve aumento significativo em relação a 2022 nas denúncias de xenofobia e na intolerância religiosa online.

Hoje, 06/02, foram divulgados dados da ONG Safernet sobre as denúncias da presença de imagens de abuso e exploração sexual infantil na internet. Em 2023, foram registradas 71.867 queixas, representando um aumento de 28% em relação ao recorde de 56.115 denúncias em 2008.

De acordo com a ONG, o aumento das denúncias se deve a três fatores:

  1. As demissões em massa realizadas pelas grandes empresas de tecnologia, afetaram as equipes de segurança, integridade e moderação de conteúdo de algumas plataformas.
  2. A proliferação da venda de imagens de nudez e sexo autogeradas por adolescentes.
  3. O uso de inteligência artificial para a criação desse tipo de conteúdo.

As queixas de imagens de abuso e exploração sexual de crianças, juntamente com outras transgressões aos direitos humanos ou crimes de ódio online (tais como xenofobia, exploração de pessoas, desrespeito religioso, ideologias neonazistas, promoção de crimes violentos, discriminação racial, ódio contra a comunidade LGBTQ+ e misoginia) também atingiram números recordes. Em 2023, a organização Safernet registrou um total de 101.313 denúncias, superando o recorde anterior de 89.247 queixas, estabelecido em 2008.

Entre os atos de ódio praticados na internet, chamaram a atenção os aumentos significativos em relação a 2022: 252,25% nas denúncias de xenofobia e 29,97% na intolerância religiosa online. Segundo a organização não governamental, o crescimento dessas queixas está ligado ao conflito na Faixa de Gaza, na região da Palestina, no Oriente Médio.

Por outro lado, observou-se uma diminuição no número de denúncias de três tipos de crimes de ódio entre 2023 e 2022: o racismo caiu 20,36%, a LGBTfobia 60,57% e a misoginia 57,56%. A redução nas denúncias destes crimes em 2023 já era prevista, uma vez que tais denúncias tendem a aumentar em anos eleitorais, como foi observado em 2018, 2020 e 2022.

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Formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Repórter do Espaço do Povo e Correspondente local do Grajaú (SP) na Agência Mural de Jornalismo das Periferias.

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