Você conhece Osvaldo, Fotógrafo de Paraisópolis?

Por Francisca Rodrigues

Foto: Francisca Rodrigues
Foto: Francisca Rodrigues

Quem mora em Paraisópolis há muito tempo com certeza deve conhecer o senhor Osvaldo. Muitos batizados, casamentos e aniversários foram registrados pelas lentes do simpático fotógrafo, que por muitos anos atuou na comunidade.

Osvaldo Camilo dos Santos, 68, foi um dos primeiros fotógrafos de Paraisópolis. O simpático senhor veio morar na comunidade no início da década de 70. Antes de chegar aqui morou e trabalhou por alguns anos no bairro da Penha, na zona leste de São Paulo. E foi lá que conheceu um amigo que morava na comunidade e o trouxe para conhecer o local.

“Quando cheguei aqui não tinha prédios. Eles estavam a construir no Portal do Morumbi”, afirma Osvaldo que completa “Aqui era um matagal. Algumas máquinas passaram aqui para fazer terraplenagem”.

Osvaldo começou sua carreira como fotógrafo por acaso, quando um amigo o convidou para fazer um trabalho em Carapicuíba. Mesmo sem ter muito conhecimento na área aceitou o desafio e se deu muito bem, então mudou de profissão. Percebeu que ganhava muito mais como fotógrafo e decidiu largar o emprego em uma construtora na Penha.

Sem ter feito nenhum tipo de curso para se especializar, Osvaldo afirma que aprendeu na prática a arte da fotografia. “Eu não fiz o curso. Fui olhando outra pessoa fotografar e aprendi”, afirma. Criou seus três filhos com o dinheiro que ganhava como fotógrafo.

O fotógrafo lembra que já registrou muitos casamentos, aniversários e batizados, mas também recebia pedidos para fotografar carros e fazer muitas molduras. “Eu tirava foto da pessoa depois levava na sessão de pintura fazia de acordo com o que a pessoa pedia. Se fosse um serviço de tinta óleo, fazia só a pintura. Se não fosse só óleo eu levava na Kodak ou fazia em casa”, fala orgulhoso enquanto mostra o quadro pendurado na parede, feito por ele há 32 anos.

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Foto: Francisca Rodrigues

Por ser um dos primeiros moradores da comunidade lembra que tirou fotos de quando ainda não era formada por muitas casas aglomeradas, ele conta que quando vendeu a câmera fotográfica esqueceu de tirar o filme, por isso não tem nenhum material para relembrar aquela época. “Eu tinha uma máquina bem grande e aí chegou um cara de Santos e ficou “doido” por ela e queria trocar por outras máquinas que ele tinha, fiz negócio com ele”, relata.

Quando pergunto se já tinha usado algumas dessas câmaras modernas, Osvaldo diz que prefere as dele. “Essa é fácil. É muito melhor do que as novas”, finaliza.

É claro que não podia deixar passar a oportunidade de ser fotografada por um profissional da área. Fiz o desafio e pedi que tirasse uma foto nossa (minha, da esposa Helena, e da Keli, também do Jornal Espaço do Povo) com uma câmera modelo Canon, dessas mais modernas. Veja como ficou 

Foto: Osvaldo
Foto: Osvaldo
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