Moradores participam de reunião com a prefeitura e pedem atendimento para famílias em área de risco

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(Foto: Renata Alves)

Cerca de 20 pessoas (representando a região do Grotão,  Antonico e Caixa Baixa) participaram de uma reunião, realizada na última  terça-feira (02) na Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, para discutir a atual situação de Paraisópolis,  quanto a falta de moradias, paralisação das obras e o atraso do auxílio aluguel.

Adriana Cardoso, chefe de gabinete, e Milton Persoli, coordenador geral da Defesa Civil,  afirmaram que o projeto de reurbanização da região, que se estende pelo córrego Antonico, está em andamento e  é preciso reunir outras pastas para que seja aprovado e executado.

“A prefeitura tem que passar obrigatoriamente por alguns estágios. O processo pode ser anulado se a gente fizer o caminho errado. Então, obrigatoriamente nós temos que dar andamento nos processos”, explicou Milton. De acordo com ele, no inicio houve dificuldade para a realização de vistorias na região da Caixa Baixa, mas o projeto está em andamento e o relatório está sendo fechado.

Segundo a Coordenadoria das Subprefeituras, o relatório de risco da Defesa Civil está passando por atualização, mas já é comprovada que o local onde foram instalados os barracos é uma área de risco.  Foi informado também que ainda nesta semana a subprefeitura do Campo Limpo e Secretaria de Habitação irão receber o projeto para a realização do planejamento. “A vistoria já foi feita e os geólogos estão concluindo a análise do documento que será encaminhado comunicando que é área de risco”, afirmou Adriana.

Entre os temas discutidos na reunião  foi apontada a ocupação do setor  64, região do Grotão, onde está prevista a construção do Parque Sanfona. Por ser uma área considerada de risco, moradias não podem ser construídas no local.  De acordo com a Defesa Civil,  já foi feito um laudo que aponta perigo na região.

Durante a reunião moradores afirmaram que foram agredidos na  operação que ocorreu no final do mês de agosto no Grotão.  Segundo eles, a polícia e o exército intervieram na  desapropriação da área e eles não foram informados da ação com antecedência para que pudessem retirar seus pertences.

“Faltou diálogo” disse Milton Roberto Persoli, coordenador geral da Defesa Civil.

De acordo com Elizandra Cerqueira, membro do Conselho Gestor de Urbanização,   os conselheiros foram impedidos de entrar na reunião organizada pelo Centro de Gestão Integrada, realizada na mesma semana que aconteceu a tentativa de reintegração. Elizandra afirmou, ainda,  que a guarda civil metropolitana, a Policia Militar, o subprefeito e  aliados, reuniram-se com “portas fechadas”. De acordo com ela, esses aliados são  minoria não representativa do conselho, fato comprovado pela falta de dialogo que causou conflito durante a desapropriação.

O presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis (UMCP), Gilson Rodrigues, pediu que as famílias que encontram-se em áreas de risco sejam atendidas pela prefeitura imediatamente. De acordo com ele, 470 famílias  da região da Caixa Baixa estão cadastradas no site da HABISP desde dezembro do ano passado, mas não recebem o auxílio aluguel desde então. No site também aponta que as famílias foram removidas do local, porém nenhuma medida foi tomada até o momento.

A Coordenadoria de Subprefeituras afirmou que não pode remover moradores das áreas sem saber para onde leva-los, é preciso que a Secretaria de Habitação indique os locais  onde as famílias possam ficar.  A defensoria pública, por sua vez, afirma que a área é de risco e que as famílias devem ser removidas.

Ficou marcada para esta quarta-feira (09) outra reunião em  que  Gilson Rodrigues, presidente da união de moradores; Juliana Gonçalves, representante do Conselho de Urbanização; e Juraci Pereira, representante dos moradores da área invadida no Parque Sanfona,  serão recebidos pela Secretaria de Habitação, subprefeito do Campo Limpo e  Defesa Civil.

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Jornalista, produtora cultural, diretora de comunicação da Cria Brasil, agência de comunicação de território de favela que surgiu com o compromisso de gerar impacto social positivo nas comunidades do país.

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