Ucrânia x Russia: O que essa guerra tem a nos ensinar?

O livro Arte da Guerra de Sun Tzu traz lições estratégicas para se vencer uma guerra. Um dos princípios alerta: o intelecto é melhor que a força bruta. O alto comandante das tropas Russas, Putin, pareceu encarar uma batalha sem ter o total conhecimento de seus oponentes, visto a resistência ferrenha que o exército ucraniano, junto com sua população civil, vem exercendo até aqui. Por outro lado, os russos vêm conquistando territórios, espaços, ao invés de usar sua força bruta total existente que, segundo se supõe, acabaria com a batalha em poucas horas ou dias. 

    

Olhando os jornais, percebemos que a guerra sempre parece uma boa opção para as grandes potências, mas de fato andam desaparecendo. Hoje, 1% da população mundial morre devido às guerras. As mortes por suicídios ou diabetes matam mais que canhões no século XXI. Hoje, existem meios pacíficos de mediar e resolver conflitos, um bom exemplo nessa atual batalha são as sanções econômicas de grandes potências contra a Rússia, que tem a capacidade de destruir uma economia por anos. A guerra no atual século custa caro e não me parece que, inclusive, Putin, queira gastar bilhões e bilhões de dólares em uma sangrenta e suicida possível 3° guerra mundial, é um financiamento sem retorno, mas, claro, dos humanos não se pode duvidar. 

  

Essa situação de guerra também deve ser colocada na conta dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), entidade encabeçada pelos EUA além de Putin, os primeiros cada vez mais vão expandindo-se pela Europa Oriental ameaçando ou provocando factóides nas proximidades territoriais do solo Russo: Estônia, Letônia, esses às bordas do território e Lituânia, Polônia, Eslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária, próximos geograficamente da Rússia já fazem parte da Otan. Essa guerra é muito mais sobre território do que petróleo, comunismo ou livre mercado. Uns querem cercar para se proteger, o outro tomar territórios próximos que ferem a fantasia soberana Russa e se defender.     

        

Por fim, vejo que a racionalização e a humildade devem prevalecer, não existem senhores donos do mundo. Por outro lado, é bem verdade que grandes guerras mudaram o curso da história, em compensação nada justa, milhões de pessoas morreram para que isso ocorresse. Guerras por questões religiosas, econômicas, ideológicas, ou só por estupidez mesmo que forçam indivíduos a se massacrarem em campo, pessoas que se conhecem ou não, mas que compartilham proximidades fenotípicas, históricas e, às vezes, de parentescos, enquanto os mandantes estão sentados em sua poltrona macia, por ego ou medo, soltando foguetes ou sanções que alteram nossas vidas.

Gideão Idelfonso

Cria de Paraisópolis, bacharel em Lazer e Turismo pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP. Pesquisador com foco na periferia e sua dialética com o Lazer e Turismo. Teve contato com projetos de impacto social em Paraisópolis e em área da Zona Leste.

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