Reestruturação na saúde pode causar transtorno para quem depende da rede de saúde pública

Sete em cada dez brasileiros procuram o serviço público quando têm algum problema de saúde. A cada ano, mais de um bilhão de consultas médicas são feitas pelo SUS, no Brasil.
Nos últimos dias foram anunciados pela imprensa que a prefeitura de São Paulo vem elaborando o que chama 00de “reestruturação das redes de atenção à saúde”. Dentre as ações, estaria o fechamento de algumas Assistências Médicas Ambulatorial (AMA) na cidade.
Mas segundo a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) o processo de debate sobre os rumos da Atenção Básica de Saúde está em fase inicial. Nenhuma unidade de saúde será fechada e o objetivo é estruturar a rede para assim otimizar os recursos disponíveis. “Qualquer afirmação sobre o fechamento, incluindo prazos, não passa de uma mera especulação”, afirma assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde.
As 116 AMAs, atualmente integrada as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), atendem além de consultas, pacientes com casos agudos de baixa complexidade – dor de cabeça, gripe, virose, etc.
Caso ocorra o fechamento das AMAs sem substituição equivalente, as equipes de atendimento terão sobrecarga de trabalho, já que a AMA absorve uma demanda de atendimento de urgência e emergência de baixa complexidade. “Se fecharem as AMAs, os pacientes irão para os serviços que estão abertos que já está trabalhando no limite, como os hospitais. Ou seja, irá sobrecarregar a rede que já está cheia. Aumentarão as filas e a espera nos atendimentos, além de sobrecarregar as equipes das UBSs, o que impacta em um declínio da qualidade de atendimento”, explica Eder Gatti, presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp).
Desde maio foram anunciados cortes na saúde de 25%, outras dizem que é de 15% e também que haverá corte de 7,2% nas verbas das organizações sociais, com o discurso de “fazer mais com menos”, o que não é possível, pois a verba atual já é insuficiente. “Existe um corte disfarçado de reestruturação de um serviço que sempre foi um tabu. A reestruturação deve ser lida como um eufemismo por que na realidade corresponde a corte de recursos”, ressalta João Antônio Ferreira, sociólogo.
Na edição de abril (ed. 67) o Jornal Espaço do Povo apontou a falta de médicos e a demora no atendimento da AMA Paraisópolis ( http://www.espacodopovo.com.br/falta-de-remedios-e-medicos-na-saude-de-paraisopolis-causam-transtorno-para-os-moradores/ ). A Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) Sul informou que aprovou um novo plano de trabalho na AMA Paraisópolis, que ampliou, desde o início do mês de Julho, o número de plantões de clínicos de 21 para 30, mais 5 plantões de pediatra e 3 plantões de enfermaria. Isso pode refletir em melhoria na qualidade e rapidez no atendimento dos casos mais graves, porém ainda não atende a demanda crescente da comunidade.
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