Piolho é problema constante na volta às aulas

Não é apenas o ano letivo que começa em fevereiro: os piolhos também chegam com tudo. Nessa época, em especial, os pais precisam estar atentos às cabeleiras de seus filhos, principalmente as crianças pequenas, para evitar a proliferação de lêndeas. Seu principal sintoma é a coceira e medidas simples podem prevenir a infestação.

Embora seja possível acontecer em qualquer faixa etária, o dr. Fausto Flor Carvalho, presidente do Departamento de Saúde Escolar da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), afirma que a maior frequência está entre dois a dez anos. “A transmissão é facilitada pela concentração e proximidade das crianças dentro das escolas. Ainda que o piolho passe pelo contato direto, ele pode passar de pessoa para pessoa por meio de saltos de curtas distâncias”, explica.

Provocando incômodo e alastrando-se rapidamente, o piolho merece especial atenção pela reprodução: em um mês, o parasita pode colocar mais de 100 ovos na cabeça, em geral na região da nuca e orelhas; em poucas semanas tornam-se insetos adultos.
Constatar sua presença é tarefa simples, basta colocar a criança sentada em um local de luz intensa e separar o cabelo em diversas partes; ao pentear, as primeiras lêndeas aparecerão.

Matando o mal pela raiz
Uma vez que o combate não é feito de forma eficiente, o retorno é previsível – isso porque loções e xampus específicos matam os piolhos, mas não as lêndeas. Assim, é fundamental que associe o uso desses produtos ao pente-fino; este, sim, é eficaz na eliminação dos ovos.

O especialista destaca, também, os cuidados fundamentais com a higiene: “As crianças devem ser orientadas a lavar sempre as mãos, por exemplo. Itens pessoais não devem ser compartilhados, como os bonés, tiaras, chapéus, pentes e escovas”, alerta.
Muito se fala sobre receitas caseiras que prometem eliminar de uma vez por todas a pediculose (infestação por piolhos), e algumas são amplamente divulgadas, como a solução de vinagre e água morna. Todavia, Carvalho contesta sua efetividade. “Não há provas cientificas de que tais combinações sem competentes para acabar com o problema. O mesmo serve para superstições, sobretudo as quais afirmam que a fixação do inseto é maior em cabelos úmidos e molhados – não é verdade, este fator não altera”.
As madeixas longas atraem mais parasitas, por isso o pediatra recomenda que as meninas mantenham seus fios presos como forma de prevenção. Já nas escolas, é fundamental orientar os pais de crianças que apresentam piolhos para que as deixem em casa, a fim de não contaminar os colegas.

 

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Jornalista, produtora cultural, diretora de comunicação da Cria Brasil, agência de comunicação de território de favela que surgiu com o compromisso de gerar impacto social positivo nas comunidades do país.

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