O verdadeiro significado da Umbanda

A palavra religião vem do latim “religare”, que significa religar a Deus, independente da crença. Este é um dos princípios que utilizo para praticar a minha fé na Umbanda, uma religião com culto prestado aos orixás, divindades comandadas por um Deus supremo, sendo uma religião com mitologia própria e tem como exclusividade a prática do bem e da caridade. 

A afirmação de que todas as religiões constituem os diversos caminhos de evolução espiritual que conduzem a Deus, significando que todas as religiões têm uma única finalidade: Aperfeiçoar o homem e levá-lo para Deus. Daí o nosso respeito a todas elas, pois cada um se afirma com uma corrente religiosa que esteja em correspondência ao seu grau de compreensão e evolução.

A umbanda tem como lugar religioso o Templo, Centro, Tenda, que é o local onde os Umbandistas se encontram para realização do culto aos orixás e dos seus guias, que na umbanda denominam-se giras, sessões ou cultos.

Também podem ser realizadas, em ocasiões de festividades, comemorações ou trabalhos no ambiente natural dos orixás com pedreiras, cachoeiras, beira-mar, estradas de terra, etc.

O culto nos templos é dividido em sessões de desenvolvimento e de consultas, e essas são subdivididas em giras. As pessoas conversam com as entidades a fim de obter ajuda e conselhos para suas vidas, curas, descarregos e para resolver problemas espirituais diversos.

Não existe preconceito na Umbanda. A religião acolhe aqueles que alì trabalham e os frequentadores de suas atividades, que participam das sessões para tomar um passe, um descarrego, um conselho, uma ajuda ou até mesmo os que vão para tirar a curiosidade de tudo que falam contra a Umbanda.

Para que a doutrina não se transforme em letra morta ou palavras ao vento, na prática cotidiana, nossos templos são modelos de virtude dela. Por isso, prezamos pela arrumação do templo (manutenção da limpeza, ordem dos movei e utensílios que fazem parte do espaço sagrado, inclusive dos assentos para acomodação dos frequentadores e visitantes). Utilizamos o altar (Conga)  de forma a criar  um magnetismo especifico, um portal de captação das irradiações verticais das divindades,irradiador dessas energias positivas que se espalharão horizontalmente, ocupando todo o espaço do templo.

As atabaques ou curimbas utilizados no ritual são preparados pelos Ogãns.

Sobre a hierarquia na Umbanda, existe o Dirigente Espiritual, Pai ou Mãe de santo ou zelador de santo, termo que se refere tanto ao pai quanto a mãe da casa, embora em algumas casas de Umbanda também se emprega Babalorixá para os homens, enquanto Ialorixá às mulheres, esses dois nomes são originalmente do Candomblé.

A Umbanda é uma religião que, como qualquer outra, possui rituais e elementos que constroem sua liturgia e demonstram sua cultura religiosa. Para os que vão pela primeira vez em um centro ou terreiro umbandista, esses ritos e fundamentos podem parecer estranhos, mas se verificarmos e entendermos um pouco seus significados percebemos que fazem parte do contexto religioso no qual os umbandistas estão inseridos.

Os rituais da Umbanda visam evocar o orixá ancestral e toda sua hierarquia composta por Orixás menores, Guias e Protetores. Os rituais não têm forma ou modo definido de modo que variam de casa para casa e estão subordinados às decisões de cada Pai ou Mãe de santo e cada entidade protetora do terreiro.

Muitas pessoas confundem o Candomblé com a Umbanda. E por não conhecer os fundamentos das duas religiões, acreditam que são tudo a mesma coisa.

O Candomblé é uma religião africana, que existiu naquela região desde a antiguidade e chegou ao Brasil trazido pelos escravos, que continuaram a cultuar aqui  os orixás negros, suas divindades, e estiveram na origem da criação das chamadas “Casas de Santo” (Ilê), onde continuaram com seus rituais e preceitos africanos.

A Umbanda, por sua vez, é uma religião fundada pelo brasileiro Zelio Fernandino de Moraes e pelo Caboclo das Sete Encruzilhada em  15 de novembro de 1908 no estado do Rio de janeiro. Reúne na sua mitologia, conhecimentos do catolicismo, kardecismo, budismo, islamismo e do próprio candomblé, de onde tirou a forma de vestir dos médiuns (roupas de baianas), o uso dos atabaques (instrumentos de percussão) e a nomenclatura de sete dos Orixás

No Candomblé o culto é voltado unicamente aos Orixás que são considerados deuses e não espíritos. Na Umbanda trabalham com espíritos como caboclos, baianos, preto velho, ciganos, entre outros.

Por Lucia da Silveira

Umbandista há 18 anos

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