Lei Maria da Penha completa oito anos e salva mais de 300 mil mulheres

Por Keli Gois

Cansada de sofrer violência, moradora de Paraisópolis denunciou o marido e foi amparada pela lei

Há oito anos o dia 7 de agosto é celebrado com muita alegria por mulheres de todo o país, que tiveram o direito de proteção contra a violência doméstica garantido com a criação da Lei Maria da Penha. Segundo dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) a lei já salvou mais de 300 mil mulheres.

136585_1375Apesar de não acabar completamente com a violência contra a mulher, a Lei Maria da Penha, n°11.340/2006, serviu para que muitas mulheres tivessem coragem de denunciar os maus tratos por parte dos maridos, como é o caso de Maria das Graças da Silva, 42, que casou-se com 13 anos de idade e sofreu violência doméstica por mais de 20 anos por ter medo e não conhecer seus direitos.

Cansada da situação, aos 35 anos saiu de Pernambuco e veio para Paraisópolis. “Fugi com meus filhos e depois de seis meses meu ex-marido veio atrás de mim. Eu não tive mais força e a violência continuou. Eu ficava trancada em casa e não tinha coragem de falar para ninguém”, relembrou.

As agressões só tiveram fim quando ela passou a conhecer seus direitos e viu que não era obrigada a sofrer violência física e psicológica por parte do marido ou de qualquer pessoa. “ Quando conheci a União dos Moradores as meninas me viam sempre machucada e foram conversando comigo e me ajudando. Foi quando tive coragem e fiz a denúncia”, contou.

O medo e a falta de informação que inibiram Maria das Graças de procurar ajuda acontece também com muitas mulheres, que, por não conhecer a lei e seus direitos, não denunciam a violência e sofrem agressões durante toda a vida, muitas inclusive são até assassinadas.

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