Jovens cruzam fronteiras para jogar futebol e ensinar respeito e lealdade

(Foto: Divulgação)
Meninas e meninos jogam juntos com o objetivo de promover o respeito, a solidariedade e a tolerância, lições que vão além da partida, e que eles levam para toda vida. (Foto: Divulgação)

Por Keli Gois

Em julho deste ano, 300 jovens e adolescentes cruzaram as fronteiras e saíram de sua cidade natal para vir à São Paulo mostrar um esporte muito conhecido entre os brasileiros, porém jogado de uma forma diferente. Um futebol em que homens e mulheres jogam juntos e o principal objetivo é promover o respeito, a solidariedade e a tolerância, lições que vão além da partida, e que eles levam para toda vida.

O Fútbol Callejero ou Futebol de Rua, como é chamado no Brasil, é uma prática esportiva idealizada pelo ex-jogador argentino Fabian Ferraro, que busca entender o futebol como uma estratégia para gerar processos comunitários de transformação e impulsionar o desenvolvimento de lideranças. O torneio aborda temas como violência, discriminação e exclusão social.

“Conhecer outras culturas foi uma troca de experiência muito boa. É bom saber o que acontece nos outros países porque o que se vê nas mídias não é sempre a verdade”, revelou Wendy Serrano, jogadora da delegação da Alemanha.

Diferentemente das outras partidas, o futebol de rua é dividido em três tempos. O primeiro é quando as regras são definidas, o segundo é quando a bola rola respeitando todas as regras e o terceiro é um espaço para reflexão, quando os participantes conversam sobre a partida e são contabilizados os pontos de cada time. É nesse momento que os jogadores têm a oportunidade de discutir valores como respeito, solidariedade, cooperação e tolerância, colocados em prática durante a partida.

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Jogadores discutem valores como respeito, solidariedade, cooperação e tolerância, colocados em prática durante a partida  (Foto: Divulgação)

O futebol de rua é composto por equipes mistas de homens e mulheres. As regras são definidas coletivamente entre as duas equipes. Não há juízes, apenas mediadores, e ganha a partida a equipe que mais respeitar as regras. E quem pensa que eles só jogaram futebol está enganado, os atletas participaram também de atividades culturais e debates promovidos em articulação com as comunidades do entorno. Além disso, tiveram a oportunidade de conhecer outras pessoas, países e culturas.

A competição aconteceu de 1º a 12 de julho. As delegações ficaram instaladas em diversos CEUs da periferia de São Paulo, inclusive no CEU Paraisópolis, que recebeu delegações da Alemanha, Estados Unidos, Israel, Catalunha e Paraguai.

O jogador da Catalunha, Albert Pique Reig, esteve em uma das delegações instaladas no CEU Paraisópolis e relembrou o período em que esteve na comunidade, que segundo ele, foi maravilhoso. “O torneio foi espetacular. A organização foi ótima. As equipes foram muito compreensivas com a gente. A relação com as outras delegações foi incrível e inesquecível”, relembrou.

O mundial reuniu crianças e jovens da África do Sul, Alemanha, Bolívia, Brasil, Catalunha, Chile, Costa Rica, Equador, EUA, Filipinas, Gana, Guatemala, Israel, Panamá, Paraguai, Peru, Serra Leoa, Uruguai, Argentina e Colômbia, que foi a grande vencedora da competição.

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