Os negros na mídia Brasileira

Enquanto vivemos num país tropical lindo por natureza com pessoas simpáticas prontas a dar e atender um sorriso, também vivemos reféns de uma mídia que em nada representa o povo brasileiro. As propagandas insistem em imitar o mercado internacional, mas falta o fator principal, ou seja, em nada os produtos refletem nossa gente brasileira que é uma rica mistura de brancos, negros, latinos e asiáticos.
Ao ligar a TV pensamos estar em qualquer país europeu menos num Brasil de tantas misturas, mesmo as novelas produto bastante popular no pais não reflete uma imagem positiva da população afro-brasileira que são mais de 50% que nem no futebol, o esporte mais popular, tem seus jogadores usados em comerciais como acontece nos Estados Unidos, principalmente nos grandes torneios de basquete, beisebol, futebol americano quando atinge enormes audiências. Desde os anos 30, a população afro-americana vem lutando contra leis de segregação como “Lei Jim Crow” nas pessoas de Medgar Evers, Dr Marthin Luther king Jr, Malcolm-X, Rosa Parks, Kamala Harris, Dorothy Height, Shirley Chisholm, Angela Davis, Spike Lee, Lebron James, entre tantas outras.
Sendo um publicitário, desde os 16 anos, quando estudava Desenho Publicitário na Escola Panamericana de Artes e logo ingressei numa agência de propaganda no Departamento de Artes como Past-Up, chegando à Assistente de Arte, percebi as diferenças sendo o único negro no setor e conhecendo nenhum diretor de arte e/ou de criação negros nessas áreas logo percebi o enorme abismo criado e mantido entre as classes sociais nos produtos anunciados. Não vemos negros sendo entrevistados, não vemos negros escritores, comunicadores, jornalistas, locutores esportistas, diretores de rádios, jornal, etc. O que diremos às nossas crianças? Que não somos competentes? Somos muito competentes, mas o pensamento colonial persiste em sua fórmula ultrapassada e poucos chegam aos setores.
Enquanto isso nos EUA, as redes de televisão e agências de publicidade disputam horários em suas grades para encaixar anúncios de seus produtos para os telespectadores que acompanham as recentes produções afro-americanas num país de maioria branca, entre as produções estão a comédia Black-Ish, com os comediantes Anthony Anderson, Tracee Ellis Ross (filha de Diana Ross) e Larry Fishburne no elenco, seguido da saga gospel familiar Greenleaf, Empire sobre o mundo da música com Taraj P. Henson e Terrence Howard, Underground sobre a escravidão, The Quad que se passa numa universidade e seus problemas e o drama policial Shots Fired com a bonitona Sanaa Latham. Enfim, todas essas produções mostram haver espaço para todos, só no Brasil que parecem não ter essa visão e continuam com as mesmas fórmulas antigas de sempre que em nada contribuem para o avanço de uma sociedade tão plural com novelas, futebol e violência. Lamentável, mas vamos em frente.
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