Da segunda maior comunidade de São Paulo para o pódio do Festival de Dança de Joinville

Por Marco Bissi
Durante as últimas semanas, o Festival de Dança de Joinville movimentou a cidade, como já era de se esperar. Dentre todos os eventos e apresentações que mexeram com o mundo da dança em 2017, um bailarino em especial fez valer sua presença. Com apenas doze anos de idade, David Rocha Santos representou o projeto social Ballet Paraisópolis, sediado em São Paulo, e, em sua bagagem, levou de volta para casa uma medalha de bronze.
Natural da Bahia, mas atualmente morando na comunidade de Paraisópolis na capital paulista, o pequenino de 1,53 de altura garantiu o terceiro lugar no evento meia ponta, categoria infantil com a variação masculina Pas Paysant.
Para chegar até lá, foi necessário enfrentar muito mais do que a concorrência de outros bailarinos que se inscreveram para a competição. David teve que encarar problemas como preconceito, agressões e até um incêndio que destruiu grande parte de sua casa no início deste ano. 
Esta foi a primeira vez que o Ballet Paraisópolis participou do Festival de Dança de Joinville. O projeto social iniciou suas atividades em 2012, com o objetivo de transformar a vida dos jovens  moradores de Paraisópolis através da dança. Duas vezes por semana, crianças entre 8 e 17 anos se dirigem à sede do projeto para fazer aulas de ballet gratuitas.
A iniciativa conta com professores qualificados e já realizou diversas apresentações, como no famoso auditório do Ibirapuera e no Tribunal de Justiça de São Paulo. Até hoje, mais de 5.000 bailarinos e bailarinas foram atendidos pelo projeto e tiveram a oportunidade de se conectar com o mundo da dança mesmo vivendo em uma realidade delicada.
Foto: Alceu Bett
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