Paraisópolis: um mercado em ascensão

Espaço do Povo 30

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Com aproximadamente 100 mil habitantes, a comunidade de Paraisópolis tem atraído empresários e comerciantes de diferentes bairros de São Paulo, que instalam desde pequenos comércios a lojas de grande porte.

Quem passa pelo centro de Paraisópolis percebe que a cada dia há um novo empreendimento sendo construído ou reformado, dando espaço para lojas de diferentes segmentos, todas elas cada vez mais sofisticadas.

Diante desse mercado promissor, muitos comerciantes decidiram instalar suas lojas em Paraisópolis. Como é o caso de Alexandre Manzine, diretor de uma grande rede de lojas de materiais de construção, instalada na comunidade desde 2013. Para ele, o fato de muitas casas estarem em reforma contribuiu para a instalação da loja.

O potencial econômico da comunidade já era percebido antes mesmo da instalação da loja dentro de Paraisópolis. Isso porque, segundo ele, muitos moradores da comunidade já compravam em outras lojas da rede. “Sempre atendíamos moradores de Paraisópolis e observávamos o enorme potencial da região”, conta ele.

Isso é reflexo do aumento do poder aquisitivo dos moradores, que triplicou nos últimos dez anos, conforme mostra a pesquisa “As favelas brasileiras, um mercado de R$ 56 bilhões”, do Instituto Data Popular, que revela que 65% dos moradores de comunidades pertencem à classe média. “É um mercado gigantesco que começou a chamar mais atenção no país”, defendeu Renato Meirelles, diretor do Instituto Data Popular.

Diante do crescimento e desenvolvimento vividos em Paraisópolis, proporcionados pelas obras de urbanização, que levaram a comunidade a outro patamar, Paraisópolis torna-se cada vez mais atraente para o comércio. Segundo a pesquisa, 70% das compras do dia a dia são feitas na própria comunidade, que se revela um poderoso mercado consumidor.
Outro comerciante que viu Paraisópolis como um mercado promissor é José de Lima. Ele conta que chegou a Paraisópolis por meio de informações de outros comerciantes e percebeu que aqui havia mercado para ele.”Paraisópolis é uma comunidade organizada e que tem investimentos do setor público. Eu vejo isso como um potencial”.

José afirma que o lucro da loja que abriu em Paraisópolis há pouco mais de três meses chega a ser maior do que as outras que ele possui em outros bairros. “É uma das lojas que mais vende. Eu tenho um ganho de 30 a 40% a mais em volume de vendas”, afirmou.

Ele revelou que há três anos teve a oportunidade de conhecer Paraisópolis, e, na época, ouviu coisas como: “não monte o seu negócio lá, você não vai se dar bem, não vai conseguir trabalhar”. Diante disso, acabou recuando e adiando a instalação do seu comércio. “Eu tinha uma loja próxima e passei a vir vender aqui na feira, fiz amizades e vi que não era assim”, relembrou.

Com uma loja de roupas instalada em Paraisópolis há pouco mais de um mês, Lais Neves conta que, antes de vir à comunidade, ela, o pai e os sócios realizaram diversas pesquisas de mercado, que os fizeram chegar a conclusão de que investir em comunidades é altamente lucrativo. Para ela, seria um investimento de sucesso. “Montar um negócio em Paraisópolis se tornou atraente porque é um lugar que está crescendo. É interessante investirmos nas pessoas, pois estamos ajudando a comunidade crescer também”, concluiu.

A loja, que vende roupas a preços populares, responde por uma boa parte dos lucros. “Meu pai e seu sócio têm comércios de diferentes segmentos em outros locais, mas hoje podemos dizer que em Paraisópolis temos um lucro maior. É um investimento que vale a pena porque a comunidade está crescendo”, concluiu.

Além de ser altamente lucrativo para os empresários, o comércio local é muito importante para o desenvolvimento da própria comunidade, que passa a ter um giro de lucro maior, gerando emprego e renda não só aos moradores de Paraisópolis, mas a pessoas de bairros próximos, que encontram na comunidade uma grande oferta de emprego.

“Paraisópolis vem se desenvolvendo muito. Os empresários já reconhecem esse potencial econômico. Além de ser bom para os comerciantes, esse estímulo ao comércio local contribui para o desenvolvimento da comunidade e promove a geração de renda e emprego aos moradores”, revela Gilson Rodrigues, presidente da União.

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